22 Mar, 2010 10:00

Nokia e Intel se unem para criar o MeeGo

MeeGo

Sei que se trata de notícia velha, mas até agora com todas as pessoas que eu conversei ninguém sabe me explicar o porquê dessa fusão. É sabido que a Nokia estava sambando um pouco na questão de SO: o Symbian sempre caiu muito bem em celulares comuns, mas em smartphones (principalmente em celulares totalmente touch) a coisa não andava tão bem assim. Por conta dessas escorregadas ela abriu seus horizontes e alavancou o Maemo, que parecia que vinha para ficar. O N900 veio, ele é meio tijolão, mas possui um bom hardware, é mais estável e mais rápido que o Symbian, então valia a pena crescer com ele. E, 18 meses depois de lançá-lo, vem com essa notícia de fazer mais um sistema operacional. Por quê, ora bolas?

Decidi então pesquisar na Internet a opinião de usuários proprietários de aparelhos com Maemo instalado. A opinião quase sempre é a mesma: o SO é excelente, ainda incipiente, mas funciona bem no dia-a-dia. Não existe reclamação como existe dos usuários do N97. Ainda tentando entender o porquê, a melhor resposta que obtive foi de um amigo meu que é 'Nokia lover', em que crê que a chave está em três palavras chaves: desenvolvimento de aplicativos. Desde o anúncio, ambas empresas se esforçam em ressaltar de que desenvolver para o MeeGo será mais simples, mais portável e com um ambiente de desenvolvimento mais intuitivo. Alegam inclusive que permitirá portar aplicativos feitos em Linux desktop para dentro do dispositivo, e que todos os programas já desenvolvidos podem ser rodados nele sem perda de compatibilidade.

Isso só vem confirmar a tendência que o mercado já está mostrando há tempos: para que o celular 'pegue', ou seja, que ele seja aceito pelo público em geral, e que as pessoas queiram usá-lo, tem que haver uma grande variedade de aplicativos para ele. Depois de tudo que a Apple fez, criando um ambiente mais simples para desenvolvimento de aplicativos, agora é hora das outras empresas correrem atrás da maneira que podem.

Isso gera alguns benefícios e alguns problemas: como benefício, toda iniciativa para criar ambientes de desenvolvimento mais amigáveis é sempre bem vinda. Na lista dos problemas, pesa a indefinição da Nokia. Estive em um evento da Sony Ericsson em São Paulo, que agora também tem celulares em Symbian. Quando os desenvolvedores eram perguntados do porquê não desenvolverem aplicativos para Symbian, a resposta era sempre a mesma: nem a Nokia se decide se continua com ele ou não. Por que desenvolver pra algo que está fadado e que nem se sabe se estará rodando nos celulares que forem lançados daqui a 2, 3 anos? Isso sem contar o Maemo, que nem chegou no Brasil e já será descontinuado.

Por essas e outras que o iPhone e o Android deslancham, enquanto Nokia e Microsoft continuam ficando pra trás. Enquanto o sistema operacional do Google cresce, e o da Apple aumenta sua participação no mercado, os grandes players que já estavam jogando esse jogo vão perdendo terreno. E é bom que botem logo o bloco na rua, ou vão perder o bonde e ficar para trás.

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